Tenho me deliciado com a leitura de Dom Casmurro. A descrição do primeiro amor sendo descoberto não poderia ser mais perfeita. Eu, acostumada a ler criticamente e rapidamente com o objectivo de aprendizado, tenho economizado as palavras desse livro para ele não acabar... Sinto um friozinho na barriga junto com Bentinho e logo vou ter os sonhos de Capitu. Tenho ate vontade de parar de ler a historia e eternizar esse lindo romance nesse momento de inocência.
Fico tentando imaginar como vc, que já leu o livro, reagiu em certas partes...se estava sorrindo em trechos como esse:
"Um coqueiro, vendo-me inquieto e adivinhando a causa, murmurou de cima de si que não era feio que os meninos de quinze anos andassem nos cantos com as meninas de quatorze; ao contrário, os adolescentes daquela idade não tinham outro ofício, nem os cantos outra utilidade. Era um coqueiro velho, e eu cria nos coqueiros velhos, mais ainda que nos velhos livros."
Ou suspirando em outros assim:
"Voltei-me para ela; Capitu tinha os olhos no chão. Ergueu-os logo, devagar, e ficamos a olhar um para o outro.... Em verdade, não falamos nada; o muro falou por nós. Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, fundindo-se...Não soltamos as mãos, nem elas se deixaram cair de cansadas ou de esquecidas. Os olhos fitavam-se e desfitavam-se, e depois de vagarem ao perto, tornavam a meter-se uns pelos outros...Os olhos continuaram a dizer coisas infinitas, as palavras de boca é que nem tentavam sair, tornavam ao coração caladas como vinham..."
Então mesmo sem saber, vc tem me feito companhia em minha leitura.
=)
Wednesday, January 21, 2009
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